Hay un universo de pequeñas cosas que solo se despiertan cuando tu las nombras.

26 agosto 2006

Um último adeus


Depois de hoje por fim deixarei minha mala para traz...
Depois de hoje nenhuma recordação imaginariamente infundada perseguira meus passos, meu caminho, meus sonhos. Finalmente depois de hoje poderei acreditar que tudo não passou de um sufocante pesadelo agora aniquilado por meu almejado despertar!
Despertei!
Não sei se só por mim mesma, mas também pelo tempo, pelo secar das inúmeras lágrimas, por depois do derramar de todas elas agora poder ver o que antes não era permitido, ver o que antes não me permitia...
Hoje, depois de muitas palavras, palavras já cansadas de serem pronunciadas, pela primeira vez não apenas sinto que aquele sempre citado em meus incontáveis desabafos, primeiro passo à felicidade, está aqui! Hoje, depois de tanto tempo, depois de tantos recomeços tenho algo concreto nas mãos.
Hoje, agora compreendendo o motivo de só hoje, irei realmente viver este hoje, irei realmente sentir porque levantei da cama hoje, irei encostar nas grades da janela e não mais olhar o céu como se ali estivesse o meu algo distante e sim estarei observando que o vento mesmo imperceptível aos olhos provoca o balançar das arvores. Porque foi assim que aconteceu comigo, porque é assim que tudo sempre acontece.
Porque nem no momento da dor muito menos no momento do verdadeiro contentamento nos é legível o seu precursor... Porque somos cegos, porque cultivamos nossos próprios sofismas, e porque depois de cultivados, não nos permitimos estagna-los e fazemos deles, esse nosso conjunto de mentiras com aparência de verdade, nosso maior escudo!
Enfim, hoje será hoje!

24 agosto 2006

Carta a um (im)provável pai

Não sei como iniciar estas linhas, não sei também como te denominar (por isso a ausência do vocativo no início da pagina). São escassas as palavras neste momento pra falar o que há muito tempo tenho vontade, mas independente disso a vontade persiste e é por isso que me encontro aqui sentada nesta manha a te escrever!
Não sei que data é hoje e nem como estás agora porque não sei quando terei coragem (não sei se esta é a palavra mais cabível para esta denominação) de enviar-te isto!Não sei também qual tua reação ai sentado ao ler; Bem... Eu nunca soube prever tuas reações, não seria agora que saberia...
Mas minha iniciativa em entrar em contato novamente foi a ultima vez que nos vimos: uma simples coisa aconteceu (apenas uma troca de olhar), mas dentre todos estes anos NUNCA havia sentido algo assim... NUNCA havia sentido tanta reciprocidade em tão pouca coisa, em tão poucos segundos!
Pareceu-me que o mundo tinha parado, pareceu-me que todos os anos de ausência e de desconhecimento tivessem sido estagnados por aqueles poucos três segundos! NUNCA havia te sentido tão perto, NUNCA havia te sentido tão presente, NUNCA um olhar se fez tão verdadeiro e sem máscaras quanto aquele!
Tudo começou quando fostes embora... Criança ainda, sempre me senti culpada por não ter conseguido com minhas palavras ou com minhas lágrimas te fazer ficar, mas isso é apenas algo simplório!Sei que não foi isso que nos fez afastar... Que me fez afastar. Entendo hoje que foi preciso, que aconteceu porque foi inevitável, que tua ida havia se feito necessária... Nada mais!
Depois de um tempo as palavras e as lágrimas de antes pareceram que não iam ser mais ditas nem derramadas... Mas nossos encontros se faziam vazios. Nossas visitas eram constantes, mas dispensáveis!Eu como sempre aguardando aquele abraço, você como corriqueiramente envolto por muros...
Não sabe o quando me perguntei onde havia falhado, não sabe o quando escutei a frase: é a maneira de ele te amar!
Recriminei-te de todas as formas por isso, de maldisse por todo o vazio que me fazia sentir, por toda a necessidade de um carinho de verdade, por toda a inveja que tinha ao ver cenas de carinho de outros que me faziam chorar.
Depois de muito tempo passei a sentir algo diferente, não sei se indiferença ou se clareza. Não sei se agradecimento ou se ódio. Só posso afirmar que depois de muito tempo comecei a ver que tudo aquilo que recriminava em você era o que via em mim... Comecei a enxergar que o que odiava em ti era o que mais se acentuava em minha maneira de ser! Meu Deus, não sabe o quanto me espantei ao ver que éramos iguais.
Ao ver que tudo o que me fez fria estava agora edificado em minha personalidade.
Perdi muita coisa por isso, perdi muitas oportunidades por ter me permitido moldar assim. Até você que até então era o meu maior anseio eu estava adormecendo, estava modificando o sentimento...
Amei-te muito, senti muito a tua falta! Senti a ausência daquela voz grave e de tuas mãos encantadoras... Mas o que mais me doía era não mais poder ser chamada de filhota como você sempre fazia, era ver o tempo passar e não obter mudanças; era ver que você estava tão longe de entender o que eu punha diante de ti, mesmo que mascarado por minhas poucas palavras e meus sorrisos apenas insinuados!
Hoje não sei o que sentir nem mais como a ti me direcionar, resta agora só a certeza que precisava entrar em contato, que precisava que ficasse registrado que ao menos uma vez te direcionei algo exatamente como queria te expor: sem receio, sem o desviar de olhares, sem esperar o momento certo e/ou oportuno. Só queria deixar explicito que não tenho magoa, nem de ti guardo rancor por estes anos de exclusão.
Não quero te persuadir a me amar nem pretendo modificar teus dias, muito menos tua forma de sentir. Só queria entender um pouco o que estou sentindo! Só queria acreditar que você sentia o mesmo... Não quero um reencontro nem tampouco indagações ou modificações... Quero apenas poder transpor meus dias com a certeza de que não fiquei estática em relação ao nosso laço (se assim eu o posso chamar). Quero apenas sentir que minhas dúvidas sobre o que sentes se encerram por aqui! Queria ao menos ouvir e acreditar em um apenas “eu te amo”, nessas simples três palavras que durante todas as minhas manhãs fingi ouvir! Quero apenas que saiba que se um dia fui lapsa foi apenas um escudo, apenas uma recíproca, apenas a falta de uma historia.
Apenas a falta de um pedaço de minha historia...
Talvez o pedaço mais importante dela, talvez o pedaço que também sentes falta... Algo talvez irrisório a primeira vista, mas que observado aqui sozinha no meu quarto junto com apenas o barulho dos poucos carros vindo da janela se faz imensamente necessário.



Amar-te-ei sempre
(como você em um cartão um dia me escreveu, lembra?)...


Queria que sentisse saudades...

23 agosto 2006

Ao menos alguém pôde enxergar.


Querendo ser menina volto a ser mulher.
Uma assertiva um tanto quanto retorquica a principio, mas se vista com os olhos que ando observando o mundo ultimamente parece-me ser a melhor definição para os meus últimos dias.Um alguém um dia me trouxe a melhor definição do meu vazio. Um alguém um dia conseguiu encontrar a palavra que a muito eu estava procurando. Um dia alguém tornou descritiva, dicionarizada... Enfim, tornou “tangível” o que eu sentia e não conseguia definir. Inocência...
Nove letras, nove caminhos, nove percas, nove realidades, nove pedaços. Os meus nove pedaços...
Onde estará minha inocência agora? Onde estará o caminho de volta à estrada que me distanciei?
Aquela minha curta, porém singela estrada de barro vermelho por onde caminhava. Repleta de falhas, porem ainda segura! Uma segurança branda, relapsa até, mas existente!
Meu Deus, é impressionante como precisamos de certezas, é impressionante como somente com elas conseguimos um pouco de paz. Paz... Este estado indefinível que nos faz estáticos diante das circunstâncias, que nos faz indecifráveis, que nos faz certos de onde estamos e o que poderemos fazer, de até onde podemos chegar!
É como se este momento fosse descrito como o instante que somos abduzidos, roubados da situação, postos pra fora do tempo. É como se pudéssemos somente assim ver o que aconteceu e/ou o que estará por vir! Seria ela melhor denominada de “equalizador de perspectivas”? Gradativamente vejo que sim.
Exorcizei as duvidas de alguém ontem...
Duvidas daquele mesmo alguém que encontrou minha definição. Se foi uma retribuição não sei... Só sinto que pude transpor um pouco as minhas divisas e por um pouco de luz do outro lado..
Ao menos alguém pôde enxergar.

Desalinhada com o desalinho.


Ouvi falar em medo, em “anti-envolvimento".E foi este neologismo barato, até mesmo já muito discutido o que me trouxe a penumbra do meu quarto que a muito eu evitava.


Tenho habilidades porém faltam-me a competência.
Descobri isso hoje, ou melhor, enquadrei-me nesta assertiva designada a outro intuito.
Às vezes penso, falo, ou calo algo sempre depois de ser banhada por alguma analogia. Nesta ocasião eu me dispus ao meu próprio inconsciente para o ponto de referência e a surpresa foi a primeira coisa que minha mente veio a recepcionar.
Acho que encontrei a resposta, mesmo sem saber se essa é a mais plausível denominação a minha sempre ratificada pergunta.
Talvez deste ponto possa passar a ver o que eu não enxergo de perto. Talvez deste ponto possa tentar enxergar.
Mas o que posso fazer para alcançar esta competência? O que posso pronunciar e/ou insinuar para poder ter, ao menos uma eficaz ação?
Tudo passa depressa, ou será que é essa rapidez do passar que induzo?
Escapismos, incertezas, viver o tarde demais... Só gostaria que o tempo estivesse na minha mesma linha de concretizações.
Cansei de viver o desejo certo no momento errado!
Foi-me tolhida a vontade de começar (este errado) de novo.
Estou um pouco confusa ao aqui estar redigindo sobre esta nova concepção, uma nova concepção que aspiro ser o passo inicial a descoberta de uma resolução, de iniciar a tão almejada resolução. Não sei ainda se foi um progresso ou se mais um gancho aqueles pensamentos que me desligam um pouco, aqueles que sobrecarregam meu sono, aqueles que degradam minha alma.
Dizer que fui lapsa não enquadrar-se-ia a este contexto, dizer que subestimei os detalhes seria um ato errôneo, dizer que fui vitima de um passado degenerativo serviria somente de insumo as minhas desculpas. Que estes fatos são verídicos, é correto afirmar. Mas mais uma vez usa-los como argumento a mim mesma seria tentar viver de sofismas. E não quero “revivenciar” nada porque isso seria continuar como sempre estive -- estática no patamar dos meus avanços. Confesso que relendo o já escrito não sei mais o que pensar e/ou que concepção adotar. Tampouco o assunto e até mesmo o tema destes devaneios se encontram difusos, nublados, incompreensíveis.
Sou mesmo uma estúpida ou será que desgraçada? Não, os sinônimos não seriam estes!
Prefiro usar o termo desalinhada.... Desalinhada com o comum; desalinhada com o imprescindível; desalinhada com o desalinho.


INTEIRA, COMPLETA, PERFEITA.
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