Há poucos dias, exatamente quatro, algo novo a invadiu.
E foi assim, perdida nos vértices desse algo maior, desse desconhecido, que encontrando a falta de arestas, assustou-se.
Esconder-se, com sempre fizera, foi o escapismo que usou.
E uma lágrima viu rolar, meio tímida, assim de canto, daqueles olhos azuis que a encantava.
Silêncios, palavras, translado para casa...
Foi somente assim que descobrira que não queria mais mentir, fugir, usar seus gastos escudos, viver de seus receios,de sua inconstância.
Foi somente assim que descobrira que sem ele, voltaria ao seu mundo do qual há alguns dias havia tirado férias e que mesmo com a consciência de seu egoísmo pela existência de seus dias incertos queria alguém, e agora encontrara.
Encontrara aquele que em algumas vezes a fez sentir seu corpo transporta-se para o papel. Que a fez alimentar-se de suas palavras quando escrevia.
Encontrou alguém que espera sua TPM passar vendo filme, mesmo tendo trabalhos pendentes para terminar;
Alguém que segura suas crises e discorda totalmente de suas palavras quando ela insiste que é a pior das criaturas;
Alguém que se predispõe a suas vontades, que adora música, ler e amar sem pressa....
Alguém que entendeu que suas amizades são importantes;
Alguém que faz cara de bravo, mas que brinca como criança.
Precisava muito desse alguém.
Desse alguém que a segura, sem nenhuma pretensão de largar. Desse alguém que a respeita, que fala o que pensa, que a presenteia com uma flor "gigante" sem precisar de dia ou hora especial. Que a manda mensagem afirmando em cada palavra ali escrita que está com saudades, em uma quinta-feira, numa tarde ociosa, após tê-la visto pela ultima vez em menos de 95 minutos.
Alguém que repara quando ela intenta esconder suas mudanças de humor, mas que não sabe diferenciar o laranja do vermelho e muito menos o verde do marrom e/ou do cinza.
Alguém que embora morrendo de ciúmes a deixa respirar;
Alguém que a faz sentir uma vontade inexplicável de estar junto, assim, sem motivo, só para estar, aproveitando o horário de almoço, fazendo-a atrasar-se “sempre” para o trabalho. Alguém que a faz sentir-se completa em quase todas as ocasiões, principalmente nas mais singelas como quando acorda, noite alta, assustada feito criança com um simples pesadelo, e encontra consolo em seus abraços.
Enfim...
Alguém que a faz irremediavelmente feliz.
Um bocadinho a mais, mais um dia, menos uma hora, se é que faz diferença.
“ Para ela, confessa, é nesse sumir do tempo quando estão juntos que ficarão os rastros (mesmo que seja do piso molhado) do que sente, apagando totalmente a angustia sentida em seu antigo percurso de espera!” *24/05/07