De ilha à península ( PARTE I )
Uma imensa paz a invadira após aquelas palavras que eram as únicas que ela não queria ouvir. Soaram-lhe doces, como todas as outras que ele a direcionava, e isso a assustou. Imensamente a assustou.
Fora ao meio dia e dezenove minutos que seu telefone soou. Atendera de prontidão como de costume, e aquele silêncio só viria confirmar que chegara a hora. Sabia que seu tempo logo terminaria, mas acreditava que ainda lhe restava mais alguns dias.
E assim aconteceu.
Em duas horas nada mais poderia ser feito. Impressionava-a prever que àquelas horas demorariam a passar. Impressionava-a perceber seus olhos fixos nos ponteiros que aquele instante os fizeram presos. Presos ao relógio, presos as imagens que circundavam sua mente, presos as lágrimas que ela intentava não derramar.
E não as derramou!
Queria, em demasia, que aquele tempo que ainda lhe restava por fim acabasse para que seu “coração” e sua mente cessassem aquela insana batalha que a exauria. Sua razão a impelia a descer os degraus do navio e atravessar a cidade para impedi-lo de dela sair. Mas seu “coração”, seu “novo coração”, inebriado por aquela “paz confusa” segurava-a ali sussurrando o quão necessário era deixá-lo ir. Sussurrando que não passando muito tempo ele retornaria.
Decidiu por fim seguir seu “coração” como ele a ensinara. Decidiu por fim deixar o vento traze-lo de volta porque sabia que se isso acontecesse, isso que era o seu maior desejo, dessa vez seria para sempre.
E assim o fez.
Desceu a escada vagarosamente, caminhou pelo cais mirando seus passos firmes e obstinados a ali permanecer. Foi assim, fervorosamente, que pediu a DEUS forças para fazer o que para ela era o correto. Pediu a DEUS forças para que ela não saísse dali, forças para deixá-lo ir e aniquilar definitivamente suas duvidas.
Sacou o livro da mesa de vidro onde o havia deixado (livro este que ultimamente carregava consigo e que andava tomando formas de um refúgio), ficou de pé por alguns segundos em frente ao sofá de tom escuro da sede do Porto e sentou.
Recostando sua cabeça para traz mirava agora o teto branco da sede. Branco como os momentos que estavam juntos, branco como o seu sabor, branco como a inocência e a singeleza de suas palavras.
Branco como nenhum outro a fizera perceber.
Branco como tudo que ela rememorava ali sentada, como num filme mudo (de seqüências rápidas, sem palavras)!
Abruptamente aqueles tons límpidos diluíram-se de seus devaneios quando seus olhos foram levados a novamente mirar o escuro do sofá provocado pelo som da voz de um amigo que improvavelmente deveria encontrar-se ali naquele horário. Amigo esse o qual com seus olhos azuis e seus passos rápidos convidaram-na a entrar na sala ao lado onde o calor daquele prenuncio da metade do dia era mais ameno. Seria ele um anjo?
Só percebera isso depois quando sentaram-se, trocaram algumas palavras, e como que “num passe inexplicável de mágica” alguém virou a chave do outro lado da porta trancafiando-os por engano obrigando-a a permanecer ali.
Deus a havia escutado. *(10/01/07)
Fora ao meio dia e dezenove minutos que seu telefone soou. Atendera de prontidão como de costume, e aquele silêncio só viria confirmar que chegara a hora. Sabia que seu tempo logo terminaria, mas acreditava que ainda lhe restava mais alguns dias.
E assim aconteceu.
Em duas horas nada mais poderia ser feito. Impressionava-a prever que àquelas horas demorariam a passar. Impressionava-a perceber seus olhos fixos nos ponteiros que aquele instante os fizeram presos. Presos ao relógio, presos as imagens que circundavam sua mente, presos as lágrimas que ela intentava não derramar.
E não as derramou!
Queria, em demasia, que aquele tempo que ainda lhe restava por fim acabasse para que seu “coração” e sua mente cessassem aquela insana batalha que a exauria. Sua razão a impelia a descer os degraus do navio e atravessar a cidade para impedi-lo de dela sair. Mas seu “coração”, seu “novo coração”, inebriado por aquela “paz confusa” segurava-a ali sussurrando o quão necessário era deixá-lo ir. Sussurrando que não passando muito tempo ele retornaria.
Decidiu por fim seguir seu “coração” como ele a ensinara. Decidiu por fim deixar o vento traze-lo de volta porque sabia que se isso acontecesse, isso que era o seu maior desejo, dessa vez seria para sempre.
E assim o fez.
Desceu a escada vagarosamente, caminhou pelo cais mirando seus passos firmes e obstinados a ali permanecer. Foi assim, fervorosamente, que pediu a DEUS forças para fazer o que para ela era o correto. Pediu a DEUS forças para que ela não saísse dali, forças para deixá-lo ir e aniquilar definitivamente suas duvidas.
Sacou o livro da mesa de vidro onde o havia deixado (livro este que ultimamente carregava consigo e que andava tomando formas de um refúgio), ficou de pé por alguns segundos em frente ao sofá de tom escuro da sede do Porto e sentou.
Recostando sua cabeça para traz mirava agora o teto branco da sede. Branco como os momentos que estavam juntos, branco como o seu sabor, branco como a inocência e a singeleza de suas palavras.
Branco como nenhum outro a fizera perceber.
Branco como tudo que ela rememorava ali sentada, como num filme mudo (de seqüências rápidas, sem palavras)!
Abruptamente aqueles tons límpidos diluíram-se de seus devaneios quando seus olhos foram levados a novamente mirar o escuro do sofá provocado pelo som da voz de um amigo que improvavelmente deveria encontrar-se ali naquele horário. Amigo esse o qual com seus olhos azuis e seus passos rápidos convidaram-na a entrar na sala ao lado onde o calor daquele prenuncio da metade do dia era mais ameno. Seria ele um anjo?
Só percebera isso depois quando sentaram-se, trocaram algumas palavras, e como que “num passe inexplicável de mágica” alguém virou a chave do outro lado da porta trancafiando-os por engano obrigando-a a permanecer ali.
Deus a havia escutado. *(10/01/07)
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