Da dor da ternura em demasia
Todo começo é meio tímido, talvez porque desconheçamos onde foram impostas as divisas, ou talvez seja porque acreditamos mesmo que elas existam.
Com o tempo, se ganha espaço e também o damos. Trocamos esse limite sem palavras, sem contratos, sem perceber. É aí onde reside o prazer da troca. Deixamos de amar inteligentemente e permitimos que as emoções iludam nossos sentimentos. Conhecemos a dor de sentir ternura demais, ferimos nossa própria compreensão do amor.
Chorar acontece.
Às vezes é preciso varrer a folhagem (dar lugar às folhas que ainda estão na árvore e precisam cair).
As trocas são assim. Impõem perdas e ganhos. Mas mesmo que às vezes percamos, o valioso é sentir que o que ganhamos levaremos pro resto da vida.
Nunca esqueceriamos quando nos sentimos envoltos pela lua.
Tampouco aquela lágrima preste a cair de tanto desejo.
São imagens valiosas que visitamos sempre que encontramos o ausente.
Porém quando precisamos visitar-las é quando menos gostariamos desse ausente encontrar.
É que também precisamos daquela timidez do começo. Do prazer das primeiras trocas. Da dor da ternura em demasia.
Amar (re)acontece(?)( !)