Hay un universo de pequeñas cosas que solo se despiertan cuando tu las nombras.

30 novembro 2006

A paz vem aos poucos

Hoje foi estranho...
Comecei a analisar minha vida e embora com a necessidade, não sei se pode ser denominada de necessidade, de escrever não via sentido nela!
Parece vazia...
Parece que tudo que aqui dentro estava armazenado não tem o mesmo significado...
Mas aquela antiga angustia ainda permanece! Sinto que preciso de um preenchimento, de uma história, sinto que preciso de algo!
Pensei sobre isso hoje à noite, ou melhor, pensei sobre isso o dia inteiro, e a cada dia, a cada pensamento tenho a impressão de que tudo vai ser como é agora! Não há perspectiva, não vejo acréscimos com o passar dos dias!
Tenho medo...
Um imenso tormento de que isso nunca mudará! Meus pensamentos tentam obstinadamente modificar essa situação todas as noites antes de fechar os olhos, e quando acordo, imagino que tudo ira ser como sempre almejei...
Mas a noite vem novamente e percebo que tudo está como antes e volto insistente e ilusoriamente com meus devaneios para aqueles últimos instantes antes de adormecer e desejar tudo de novo!
Mas chega um dia que agente cansa e todos os belos anseios são cobertos por aquela luz insípida da realidade... No mesmo quarto, os mesmos moveis, o mesmo ritual... A mesma dor! Olho minhas mãos, me olho no espelho e esse silêncio que me rodeia penetrado somente pelo barulho dos carros vindo da janela semi-aberta aumenta mais a vontade de que tudo, tudo o que ta acontecendo agora, todo esse espaço vazio seja preenchido...
Tento analisar em que ponto desviei minha rota, tento não acreditar que fui marcada para viver assim...
A paz vem aos poucos...
Ouvi esta frase hoje! Simples cinco palavras que se as tivesse ouvido anteriormente não sei se as teria sentido. Não sei se teria admitido o quanto elas inundaram minha mente.
Há somente pouco tempo percebi o quanto às coisas que nos acontece, que nos machuca, que nos traz simplórias esperanças também nos preenche depois de adormecidas e/ou aniquiladas. Há somente pouco tempo percebi que esta paz, estas “esmolas” desse algo denso, enternecedor e ao mesmo tempo inexplicável é o que fica depois daquele imenso vazio.
É como se para alçar este bem almejado por muitos, tivéssemos um valor alto a pagar. E como o preço por dádivas vem me aparentando ser intransponível, indigna-me. Indigna-me ter que chorar para sorrir, indigna-me ter que contentar-me com o descontente para sentir meus anseios inertes, imóveis, estáticos. É-nos indispensável senti-la, porem quando sua presença é notável é sinal de que lutamos em vão, perdemos a batalha e tudo aquilo não nos mais importa... Por que, se era em vão? Por que derramamos tanto sangue por algo que não poderíamos ter? Por que surgem as falsas esperanças? Por que levamos a frente nossos próprios sofismas? Será que são nossos?
São inúmeras as indagações que nos cerca quando perambulamos por nosso caminho de divisas encobertas. São incontáveis as sensações, vazios e momentâneos contentamentos sinonimizados pelo eufemismo armadilhas. São incontáveis às vezes em que a felicidade nos aparenta tão próximo. E é mórbida a certeza de que tudo era apenas ilusão, que tudo não passou de irreal!
Irreal... Por que ainda me pego desejando tanto este algo irreal? Por que só pra mim tem que ser irreal? Por que tenho que me contentar com ensaios se para muitos ele não existem, não se fazem necessários?
Nunca havia redigido tantas interrogações, apesar de sempre estarem presente.
Mas a cada transpor dos dias, a cada transpor dos anos apesar das singelas porem ininarráveis mudanças ainda sinto que tenho limites! Que posso caminhar somente até certo ponto... Que só posso ver a chegada e nunca alcança-la!
É isso que sempre acontece...
É isso que sempre me faz triste!
Sempre o que vem a minhas mãos é o que nelas não podem permanecer...
(1º de Janeiro de 2006)


Redigi estas linhas antes esquecidas pelo acaso no dia 1° de Janeiro deste ano, e por mais incrível que isto possa parecer, hoje, depois de quase um ano, depois de inúmeras modificações e acontecimentos, após mutações de perspectivas, caminhos, olhares, acessórios, me peguei identificando-me com o sentimento, com o vazio, com as palavras. Parece mentira, mas constato que: Apesar de tudo, por algum motivo, sempre seremos os mesmos!

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